Presidente da AHP conta com perda de 3,6 milhões de receita em 2020
Hotelaria | Covid-19
O impacto da COVID-19 nos hotéis é maior do que o previsto em junho pela presidente executiva da Associação de Hotelaria Portuguesa, que estimava uma perda entre 3,2 e os 3,6 milhões de euros. Esperava-se uma retoma em julho, mas "não existiu e, portanto, a expectativa é de facto a redução ou a perda de receitas no turismo ser superior a essa", diz o presidente da AHP, Raul Martins, à Lusa.
A estimativa da quebra da receita feita pela associação ronda atualmente os 70%, um valor superior ao calculado no início da pandemia da covid-19. "Com a evolução que estamos a ter na Europa e sem turistas dos outros continentes, só vejo que possa ser pior do que isso, não tenho outra expectativa", admitiu Raul Martins.
Em junho, já mais de 90% das empresas hoteleiras tinham recorrido ao lay-off simplificado para atenuar as consequências da pandemia no setor.
Sem o número de turistas estrangeiros que normalmente recebem no verão, o mercado interno "salvou" muitas empresas da falência. O fluxo de portugueses fez com que os prejuízos fossem evitados, em alguns casos quase na totalidade.
"No Algarve (...) em agosto já houve um crescimento razoável de turismo interno e em setembro houve, salvo erro, mais de 30% de aumento do turismo interno no Algarve", afirmou Martins. Mesmo no interior, o presidente da AHP revela que houve menos redução na ocupação.
"As cidades foram as que sofreram mais porque as pessoas sabem que nas cidades há mais gente". Raul Martins acredita que as aglomerações antigamente vistas em zonas comuns de turismo em Portugal se vão alterar. O nível de alojamentos em áreas mais calmas e "agora aprenderam que isso até será mais interessante".